Resumo
As informações em saúde, registradas em suportes analógicos ou eletrônicos, configuram-se nos documentos, arquivos, repositórios e sistemas de informação. Essas configurações são compreendidas, neste trabalho, como mecanismos de difusão de conhecimentos entre serviços, sistemas e redes de atenção e inovação à saúde. Neste contexto, o objetivo desta pesquisa foi o de identificar as ferramentas de produção, circulação, compartilhamento e acesso às informações em saúde, bem como as práticas de gestão de documentos e arquivos, os meios para organização, armazenamento e recuperação de documentos em saúde e as fontes de ideias, informações e conhecimentos utilizadas pelo Hospital Universitário de nº 7 que compõe o campo empírico da pesquisa de uma tese. Quanto à metodologia, a pesquisa é exploratória e descritiva, com uma abordagem qualitativa e quantitativa. A população para a realização desta pesquisa foi de 01 hospital universitário, caracterizando-se como o pré-teste de um estudo de caso. Para o levantamento dos dados utilizou-se como instrumento um questionário com quatro assertivas do Grupo II, aplicado entre 3 sujeitos dos serviços de tecnologia da informação, assistência, arquivos e documentos. O tratamento dos dados foi realizado por meio da estatística descritiva e análise de conteúdo. Dentre as ferramentas de produção, circulação, compartilhamento e acesso às informações mais utilizadas destacam-se a Internet, e-mails e documentos, elencadas por 100% dos respondentes, seguidas da Intranet, Arquivos, Sistemas de informação hospitalar e Prontuário do paciente, com 67%. Tais ferramentas são consideradas como tecnologias e propiciam a difusão do conhecimento no hospital. Por sua vez, ao analisarmos as ferramentas como plano de classificação e tabela de temporalidade, redes sociais, prontuário eletrônico do paciente, telesaúde e repositórios arquivísticos digitais confiáveis, inferimos que estas ainda não são amplamente utilizadas para a geração de conhecimento em saúde. As práticas de gestão de documentos são relevantes para execução das atividades administrativas e assistenciais, bem como para tomada de decisão por parte dos gestores no âmbito da saúde. Dois gestores desse organismo produtor indicaram apenas o uso do serviço de protocolo de documentos, enquanto apenas um gestor sinalizou a elaboração de cenários prospectivos sobre guarda de documentos inativos e outro não respondeu a questão. Os gestores apontaram os serviços de arquivos, bancos de dados de acesso restrito, serviços de protocolos e sistemas de gestão eletrônica de documentos como meios para o hospital organizar, armazenar e recuperar os documentos gerados e recebidos, confirmando a existência de práticas relacionadas aos arquivos/repositórios e sistemas de informação. Entretanto, os resultados apontam que outros meios ainda não foram assimilados, por não terem sido sinalizados pelos respondentes: prontuário eletrônico do paciente, bancos de dados de livre acesso aos colaboradores do hospital, prontuário eletrônico do paciente vinculado ao Sistema de Informação Hospitalar. Por fim, as principais fontes de ideias, informações e conhecimento foram o Ministério da Saúde, os documentos e especialistas em gestão hospitalar, seguidas por colaboradores de áreas envolvidas, fornecedores, parceiros de outras organizações hospitalares e usuários/clientes. Os arquivos, as Secretárias de Saúde Estadual e Municipal, os motores de busca, as bibliotecas virtuais, universidades e os bancos de dados especializados também são considerados como fonte de ideais, informações e conhecimentos do hospital. Os resultados revelam a necessidade de uso mais ampliado de mecanismos e estruturas de transferência de informações no organismo prestador de serviços de atenção à saúde para melhor desempenho dos colaboradores em seus processos laborais e decisórios, bem como para a geração, o registro e a difusão de conhecimentos sobre a saúde no Brasil.
