Resumo
O Arquivo Geral Cidade do Rio de Janeiro é a alma da cidade. Esta afirmação torna-se verdadeira na medida em que nele está guardada toda uma gama de documentos produzidos na cidade pela administração direta. Segundo Jacques Le Goff, "o documento é uma coisa que fica, que dura, é o testemunho, o ensinamento...', e, mais adiante, "só a análise do documento enquanto monumento permite à memória coletiva recuperá-lo..." (Documento/monumento, p. 425 e 546). Assim, o Arquivo guarda a nossa memória e cabe a ele identificá-la, classificá-la. E, para compreender um pouco do cotidiano de um arquivo, iremos exemplificar a partir do trabalho de identificação de um acervo recolhido junto ao Departamento de Patrimônio da Secretaria de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que é composto por um conjunto de 500 caixas, contendo cada uma em média 120 processos, com uma periodicidade de 100 anos, ou seja, de 1851 a 1961, que cobrem toda a cidade do Rio de Janeiro e as ilhas da Baía de Guanabara. Portanto, o trabalho essencial do Arquivo é o de identificar o seu acervo, de tal modo que ressaltem com clareza as linhas mestras que o compõem. No caso exemplificado, são as questões relativas à propriedade, como: laudêmio, aforamento, carta de aforamento, compra, venda, abertura de rua, numeração, recuo, desapropriação, permuta, licença para obras etc.