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O arquivo médico como fonte de informação
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O arquivo médico como fonte de informação
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Resumo
O Arquivo Geral da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre foi regularmente organizado no exercício de 1926 por iniciativa de João Pinto da Fonseca Guimarães, primeiro escrivão da Mesa Administrativa, que adotou o sistema de catalogação existente nas repartições estaduais da época. Refletindo a tradição do Brasil, o arquivo tornou-se mero depósito mero depósito de papéis velhos durante várias décadas. Depositário da Memória da Instituição, o acervo continha documentos referentes a fundação e administração da entidade que iniciou em 1803, além de outros do século XVIII, quando a Santa Casa ainda era projeto de Hospital de Caridade. Além da documentação administrativa estavam aí depositados prontuários médicos desde 1929, incluindo livros de registro de pacientes desde 1943. A partir de 1984 quando iniciou-se o processo de recuperação da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, um grande projeto de resgate do acervo foi colocado em andamento. Incluindo a contratação de pessoal especializado para a tarefa de organizar o acervo, trabalho este que foi um desafio necessário conquistar a confiança dentro da Instituição e mudar assim a concepção das funções de um arquivo. Após várias etapas de planejamentos e execuções o arquivo passou a ter abrangente, tendo sob sua custódia todo acervo até então disperso dentro da irmandade. Esse acervo é composto por livros de registros, Atas, Relatórios, Contratos, Fotografias, Plantas, Jornais, Correspondências e documentos médicos como: Prontuários, Exames, Fichas, Relatórios, Correspondências, Livros de Internação, de Cirurgias, de Atendimentos Clínicos, etc. Foram organizados prontuários em ordem alfabética do período de 1929 a 1984, em torno de 500.000 prontuários. A partir de 1984 o sistema utilizado é digito terminal nos 156.000 prontuários a nível ambulatorial. Soma-se a este acervo 172.000 prontuários existentes nos 4 hospitais especializados que formam o Complexo Hospitalar Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Existe uma sala de pesquisa onde especialistas de diversas áreas buscam subsídios para a realização de trabalhos científicos e revisão de prontuários. Aliado a divulgação e qualidade do atendimento do CEDOP aos pesquisadores que aqui buscam informações, cresceu significativamente o número de pessoas que vem ao Arquivo em busca de dados para seus trabalhos acadêmicos e científicos. Para melhor atendimento aos pesquisadores e para melhor servi-los e estimulá-los, foi criado no CEDOP o serviço de montagem dos projetos de pesquisas e editoração junto à agências financiadoras, FAPERGS, CNPq. Envolvida no trabalho de organização, recuperação, guarda e resgate do acervo médico, administrativo e histórico existe no CEDOP uma equipe de funcionários entre auxiliares com escolaridade de 1º e 2º graus, arquivistas, sociólogos e historiadores, sendo que coordenação geral esta a cargo de uma doutora em História. Esta equipe já produziu trabalhos que foram destaque em Congressos Internacionais, em Simpósios Nacionais, publicando Teses e Artigos de interesse Científico e Acadêmico. Cabe ressaltar alguns títulos: - “Da assistência à pesquisa: Trajetória de uma Irmandade” – apresentado em Lisboa, no Congresso Internacional das Misericórdias, - “Infância em perigo: Assistência às crianças abandonadas em Porto Alegre 1837-1880) Tese de Mestrado – “Causas de Mortalidade Infantil no período escravocrata” – Comunicação em Simpósio. Externamente a Santa Casa recebe estudiosos e pesquisadores de várias nacionalidades, tendo atualmente, uma médica americana que aqui esteve e deixou uma equipe de estudantes colhendo dados para um trabalho sobre “Gravidez na Adolescência em Porto Alegre”. Dentre desse contexto, a Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, através do CEDOP, tem obtido um papel cada vez mais significativo na comunidade científica pela riqueza e diversidade de seu acervo médico e histórico.
Relacionado à Obra
Sessão
VII Seminário de Arquivos Médicos e Estatística
Período
out.
Páginas
65-67