Resumo
Segundo Luciana Duranti, a Diplomática é a ciência que trata dos documentos individualmente enquanto a Arquivologia considera no seu conjunto. A partir daí, Duranti desenvolve seus estudos, já conhecidos por muitos, sobre a complementariedade entre a Diplomática e a Arquivologia no trato dos documentos eletrônicos. Obsolescência, durabilidade, autenticidade e veracidade são aspectos a serem considerados na informação registrada em meios eletrônicos. As migrações garantem os dois primeiros, o "record profile" (perfil do documento) garante os dois últimos. O "record profile'' consiste num conjunto de elementos (número de protocolo, número do código de classificação, logotipo e outros), que devem figurar num documento eletrônico, na sua fase corrente, para garantir uma vinculação ao processo administrativo da instituição e, consequentemente, uma autenticidade e veracidade. Na fase permanente, só há um instrumento capaz de identificar, autenticar e mostrar a relação orgânica dos documentos eletrônicos e este instrumento nada mais é do que o inventário, analítico ou sumário. O perfil do profissional que irá lidar com os documentos eletrônicos tanto na fase corrente como na permanente é motivo de controvérsias entre correntes existentes nos Estados Unidos e no Canadá, passando pela discussão da "Arquivologia integrada" tão em voga nas Universidades canadenses da costa do Atlântico. Tais controvérsias assumem uma dimensão no mínimo curiosa quando analisadas segundo a ótica da Arquivologia desenvolvida na América Latina e, especialmente, no Brasil. O Museu do Índio, no ano de 1997, deu os primeiros passos no sentido de desenvolver um trabalho de gestão de documentos eletrônicos. Tal iniciativa servirá como um estudo de caso para as ideias apresentadas.