-
Diplomática: das chancelarias medievais às estações de trabalho
- Voltar
Metadados
Miniatura
Título
Diplomática: das chancelarias medievais às estações de trabalho
Autor(es)
Resumo
A rápida disseminação da tecnologia digital em instituições públicas e privadas ocorrida a partir dos anos de 1990 trouxe uma série de questões arquivísticas. Tais questões remetem, primeiramente, à identificação da entidade arquivística em ambiente digital e, a partir daí, à sua gestão e preservação. De acordo com o conceito de documento arquivístico, este se constitui em registro de ações humanas independentemente da forma em que se apresenta e da base em que se encontra afixado. Assim sendo, documentos digitais gerados no curso de atividades desempenhadas por pessoas físicas e jurídicas e em suportes tão diferentes como os magnéticos e óticos, também podem se constituir em documentos arquivísticos. Ocorre, porém, que no ambiente digital a novidade vai além da peculiaridade do suporte. Na verdade, nesse novo ambiente, o documento foge totalmente aos padrões mais conhecidos como a linguagem alfabética, registrada em papel e de leitura direta bem como sua relação inextricável com o suporte. No mundo digital tudo é codificado em linguagem binária que para se tornar acessível aos olhos humanos, precisa da intermediação de programas computacionais igualmente codificados em bits, numa sofisticação tecnológica que passa despercebida à maioria dos usuários. Juntem-se a isto as tecnologias de rede com sua alta capacidade comunicacional. Mas comunicação de que? De dado, informação, documento, documento arquivístico? Seria mesmo possível identificar em meio à avalanche de objetos digitais que entram e saem de nossas estações de trabalho a cada momento aqueles que se constituem em documentos arquivísticos? Em caso afirmativo, em que base teórica isso se faria? A resposta a essa pergunta é dada a partir da reassociação entre Arquivologia e Diplomática ocorrida a partir do século XX. Na verdade, o século XX pode ser identificado como o momento em que a Diplomática dá a sua virada de uma disciplina confinada nas chancelarias medievais ISBN 978-85-66466-00-3 Anais do V Congresso Nacional de Arquivologia. Salvador-BA,2012 2 para uma área do conhecimento que, associada à Arquivologia, se adequa perfeitamente ao mundo atual. Trata-se, de fato, de uma virada epistemológica pela qual a Diplomática amplia o escopo do seu objeto de estudo dos documentos arquivísticos medievais de caráter eminentemente jurídico (Diplomática clássica) para os modernos e contemporâneos de todos os tipos (Diplomática moderna). Nesse movimento de reassociação entre Arquivologia e Diplomática há que registrar que embora ambas as áreas tenham no documento arquivístico seu foco principal, há nesse foco uma nuance fundamental: a Diplomática olha os documentos arquivísticos como entidades individuais enquanto a Arquivologia os vê como agregações (DURANTI, MACNEIL, 1996). É esse componente orgânico dos arquivos que a Arquivologia oferece à Diplomática quando ambas se reassociam. Tal reassociação adentrou o século XXI e segue gerando muitos frutos teóricos, metodológicos e práticos no âmbito dos documentos arquivísticos digitais.
Relacionado à Obra
Natureza
ISBN
978-85-66466-00-3
Sessão
Plenária 1: Antigas disciplinas, novas possibilidades em rede
Páginas
1-2
Ano
Observações
Publicação não informa as palavras-chave. Os artigos do evento constam da coleção V Congresso Nacional de Arquivologia "Arquivologia e internet: conexões para o futuro", na categoria Eventos Científicos.