-
Arquivos educacionais na cidade do Rio de Janeiro
- Voltar
Metadados
Miniatura
Título
Arquivos educacionais na cidade do Rio de Janeiro
Autor(es)
Resumo
O diagnóstico dos acervos documentais privados na área educacional foi realizado com base em amostra que abrangeu 30 instituições de ensino de 1º., 2º. e 3º. graus e uma associação de educadores. quer pela importância particular no processo educativo, quer por sua longa duração, são instituições representativas dos diferentes ramos de ensino e retratarei algumas das características essenciais da nossa história educacional, como a criação de uma rede duas listas (ensino primário - profissional para as camadas mais pobres e ensino secundário - superior para as camadas abastadas e médias) e a atuação de grupos leigos, religiosos, beneficentes, mutualistas e empresariais. Há em algumas instituições uma preocupação com a preservação da memória e com a reconstituição da sua história. esta preocupação manifesta na edição de publicações e na organização de museus - nem sempre se estende aos seus documentos de valor permanente. boa parte destes são conservados em razão sobretudo do valor probatório e em obediência às determinações dos órgãos oficiais, os quais, infelizmente, não costumam recomendar a guarda de documentos com base em valor informativo. Os acervos documentais das escolas são acumulados em decorrência de atividades administrativas (processos de registro e autorização de funcionamento, atas e relatórios de diretoria, estatutos, registros de empregados) e pedagógicas (dossiês dos alunos, livros de matrículas e de notas, atas de aprovação, registraste). Há também documentos relativos a eventos – fotografias, fitas cassetes, slides etc. - e os que dão informações gerais sobre a instituição - anuários, revistas, jornais da escola e dos estudantes etc. A grande maioria das instituições educacionais abrangidas na amostra tem depósitos de documentos com características de arquivos permanentes. Poucos deles, no entanto, atendem aos requisitos de um arquivo moderno, pois não seguem tabelas de temporalidade, não possuem sala exclusiva, armazenamento adequado etc. A maioria tem arranjos feitos segundo a tipologia documental ou critério temático, mas quase todos com exceção de 1/3, que tem fichas de recuperação das pastas individuais dos alunos - carecem de instrumentos de pesquisa. Das instituições que organizaram recentemente os seus arquivos só duas recorreram ao trabalho de profissionais-arquivistas, preferindo as demais valerem- se de seus funcionários; e nenhuma delas os mantêm no seu quadro de funcionários. Mais da metade dos depósitos tem arquivos de aço, mas um número significativo utiliza móveis de madeira ou mesmo carecem deles. A conservação física é, de modo geral, regular, mas há documentos sendo destruídos por micro-organismos, manchas de água e tinta, insetos etc. Ainda pouco utilizados no Brasil como fontes para a história da educação, os documentos escolares, além de importantes para a própria instituição, favorecem a com recensão do processo educativo a partir de um ângulo novo – o espaço escolar -, onde as propostas educacionais adaptam-se ás realidades locais e da escola e se corporificam em valores e resultados pedagógicos. Fontes como estas ajudarão a superar deficiências da nossa historiografia educacional, entre as quais estão a repetição de temáticas e abordagens muitas vezes mecanicistas das relações entre a educação e a sociedade. Além das necessidades - maiores ou menores em cada arquivo - de higienização dos acervos e sua melhor organização, cabe chamar a atenção, especificamente, para o apoio ao treinamento dos funcionários das escolas e para a sensibilização dos responsáveis pela regulamentação da vida escolar com vistas à possível ampliação dos tipos de documentos usualmente preservados.
Relacionado à Obra
Sessão
Sessão de Temas Livres
Período
abr.
Páginas
65-66