Resumo
Análise do arquivista recém-saído de um curso de Arquivologia ou Biblioteconomia quando muito, razoável, enfrentando arquivos correntes ou inativos pertencentes a órgãos governamentais, onde não há, na grande maioria, nenhuma estrutura administrativa definida, nem atribuições ou atividades programadas, nem responsabilidade de poder decisório, nem verbas. Visão dos arquivos dos órgãos governamentais, surgidos, mas não criados, provenientes da avalanche anual de documentos oriundos dos vários departamentos, seções ou divisões desses órgãos. Esses documentos empacotados aleatoriamente sem possibilidade de recuperação a curto prazo e muitas vezes mesmo a longo prazo, vão locupletando locais úmidos e abafados, locais esses com feições e características típicas, sofrendo desgastes e se deteriorando, terminando finalmente, por serem queimados ou quilhotinados (picotados), sucedendo, neste descarte forçado, abusivo e desordenado a perda de documentos históricos importantes. Comprovações de minúcias da história de uma nação nova como o Brasil, de seus Estados e até mesmo de seus Municípios, lamentavelmente, vêm e perdendo, ficando esses fatos, na maioria das vezes, apenas em suposições ou simples relatos, deixando dúvidas quanto a sua veracidade. Um alerta às autoridades da importância que os arquivos públicos representam na história de uma nação e a necessidade de coloca-los juntamente com as bibliotecas Públicas, sob o aval de uma mesma Instituição, dando a eles igual atenção e grau de importância e colocando em sua direção, pessoas com gabaritos e requisitos necessários para conseguir profícuos resultados. Um apelo aos Governos dos Estados e também dos Municípios, para que olhem de maneira diferente esses arquivos departamentais; eles não são aqueles meros depósitos de papeis velhos e inúteis, mas sim resposta viva e ativa de dia a dia de uma comunidade. Aos arquivistas e/ou bibliotecários que militam neste campo de trabalho, um chamado para se unirem e formarem um grupo homogêneo de luta, a fim de realizar estudos sérios de abrangência nacional, criando normas e adequando soluções de acordo com a realidade de cada região.