Resumo
Em meio à delicada tarefa que se deflagra para todos os educadores do campo das Ciências Humanas – a de promover a educação da sensibilidade histórica e das sensibilidades urbanas –, todos nós que apostamos na força dos atos educativos em diferentes espaços nos mobilizamos diante da potência que se encontra por detrás de levar sujeitos a se compreenderem em uma dada temporalidade, assim como a se colocarem como sujeitos empáticos diante de outros tempos e de um outro no tempo e no espaço. Movida por esse desafio, me proponho neste artigo a apresentar reflexões sobre a problemática urbana em meio ao desenvolvimento de um jogo de tabuleiro chamado “O Jogo da Cidade”. Esse jogo se apresenta como um dispositivo para tematizar questões que afetam os cidadãos no tempo, focalizando trabalho e ofícios urbanos, conflitos sociais, práticas culturais, forma urbana e qualidade de vida. Suas cartas nascem da exploração do acervo cultural e da memória de uma cidade em particular, elaboradas a partir de pesquisa em fontes jornalísticas desde o século XIX até o século XXI. Seu escopo, todavia, pode servir de inspiração para toda e qualquer cidade. Por essa razão, apresenta-se como um dispositivo voltado ao trabalho com a educação histórica em espaços educativos escolares e não escolares.