Resumo
Com o surgimento de uma nova geração de registros digitais, que ainda não encontram respaldo nas definições oficiais de documentos arquivísticos, mas fazem parte da realidade objetiva das instituições, abre-se uma lacuna para a emergência de um novo profissional arquivístico. Este, cotejando as ciências de dados, ou seja, compreendendo e aplicando os seus constructos conceitual e ferramental, é fortemente desafiado pela dinâmica imposta social e tecnologicamente. Uma das problemáticas a ser solucionada refere-se aos documentos produzidos em bases não estruturadas, que se caracterizam por estruturas fluídas, flexíveis e dinâmicas, pois alguns princípios arquivísticos, teorias e arquétipos jurídicos estão sendo disrompidos e deverão ser expandidos, repensados ou substituídos. Neste estudo, utilizamos como exemplo, as mídias sociais e os seus documentos digitais não estruturados, visando a evidenciar o novo campo de trabalho do cientista de dados arquivístico. Em um ambiente em evolução disruptiva, as mudanças de paradigma levarão à adequação de expectativas dos profissionais com formação arquivística (proveniente das ciências sociais) com aqueles formados nas ciências exatas ou que atuam no campo da tecnologia da informação. Para o futuro próximo, o melhor dos mundos seria a formação deste emergente profissional, o cientista de dados arquivístico, desde os estudos da graduação, incorporando os conhecimentos matemáticos e estatísticos e as variadas técnicas de desenvolvimento de soluções das ciências da informação e tecnologia.