Resumo
A escrita e o arquivamento de documentos tornaram-se práticas correntes a partir do século XVII, nos reinos europeus que tinham se expandido para terras ultramarinas, como foi o caso de Espanha e Portugal. Para tanto, passaram a enviar homens letrados para desempenhar várias funções, inclusive a produção de memórias que descrevessem as terras conquistadas. Por seu lado, alguns colonos que detinham o conhecimento letrado também começaram a escrever para a corte suas impressões sobre as colônias, visando prestar um serviço ao rei e receber, em troca, mercês e privilégios. Ambas as produções escritas passaram a ser armazenadas de forma ordenada, a fim de constituírem uma memória imperial que servia para a governação à distância. Analisar como essa prática se tornou cotidiana, é o objetivo desse artigo.