Resumo
Pretende-se nesta comunicação mostrar que a Humanidade se encontra, de novo, a transitar de época, ou seja, a transitar de um ciclo estrutural para outro e que as transformações em curso são amplas e profundas, afectando tudo, desde as práticas mais simples do quotidiano até instâncias mais complexas, como é o campo científico e tecnológico. Neste quadro, nada se manterá como antes, embora, como sucede em todas as revoluções, há muita coisa que resiste e permanece. No que toca à Arquivologia concretamente o desafio posto pela Organização do Congresso Nacional realizado na acolhedora e graciosa cidade de Vitória do Espírito Santo está plasmado no titulo que recebemos e acolhemos sem a mínima discordância. Há muito vimos reflectindo e chamando a atenção para a transição do paradigma custodial, patrimonialista, historicista e tecnicista para um paradigma emergente – o pós-custodial, informacional e cientifico. Este novo paradigma não envolve só a Arquivologia, mas, também, a Biblioteconomia, a Documentação e até a Museologia, embora seja naquela que ele mais facilmente se operacionaliza como categoria interpretativa e explicativa das alterações na formação e nas praticas dos artquivistas desde os alvores do séc. XVIII até à actualidade. Nesta comunicação retoma-se, pois, matéria já debatida e ensaia-se uma clarificação epistemológica que ajude a Arquivologia a enfrentar o futuro dentro de uma lógica transdisciplinar que a faça ser um ingridiente essencial e positivo da Ciência da Informação do novo Milênio.