Resumo
A temática proposta tem uma importância imediatamente perceptível numa Era como aquela em que vivemos, dominada pela generalização tão intensa quanto equívoca do termo/conceito Informação, e pelo espantoso potencial tecnológico que torna o acesso multiforme aos conteúdos não só sedutoramente fácil, como vertiginosamente mais e mais rápido. Determinar quais os limites da Arquivística hoje, em plena Sociedade da Informação, é, pois, o desafio posto a esta palestra que segue, porém, uma direção inversa à do título. Começa-se por realçar não o tradicionalmente focado documento de arquivo, mas o fenômeno/processo info-comunicacional de onde aquele emana e que resulta da ação humana e social. E o estudo da Informação, com o seu potencial desdobramento em Comunicação, convoca um exercício epistemológico sobre as origens e as possibilidades teórico-metodológicas da Ciência da Informação, desenhada por Silva & Ribeiro (2002) como um campo transdisciplinar que absorve e mistura práticas disciplinares e profissionais ainda separadas - a Arquivística, a Biblioteconomia e os Sistemas Tecnológicos de Informação. Fora deste quadro transdisciplinar não teremos Arquivística, mas Arquivos, enquanto Serviços Públicos criados na esfera do Estado de alto a baixo ou enquanto Unidades Internas de Instituições/Organizações do mais diverso tipo e porte, que apresentam condições e estratégias de acesso condicionadas por um paradigma custodial. Paradigma aqui desmontado e contraposto a um outro, emergente, no âmbito do qual a C.I. e sua missão teórico-prática constituem uma resposta e uma ferramenta exigíveis para a compreensão e a síntese tecno-humanística da Galáxia da Internet em expansão.