O marco inicial deste trabalho e a publicação do manual arquivístico holandês, em 1898. Pela primeira vez houve um esforço de consolidação de princípios e conceitos que fundamentassem a pratica nos arquivos. A literatura da area reconhece a importância dessa publicação holandesa. Essa obra faz um sobrevoo interessante e revelador sobre o conceito de arquivo, sobre as características dos documentos arquivísticos (fixidez, organicidade, naturalidade, unicidade, autenticidade e imparcialidade) e sobre a informação arquivística. Alem disso, verticaliza a discussão sobre os princípios arquivísticos que são, de alguma forma, consensual na literatura da area, tais como: princípio da proveniência ou respeito aos fundos, respeito a ordem original, territorialidade ou proveniência territorial, e ciclo vital dos documentos e teoria das tres idades. A reflexão realizada demonstra que a institucionalização social estabelecida não foi seguida por uma institucionalização cognitiva. A institucionalização social e comprovada pelas inúmeras instituições de ensino, normatizadoras e profissionais existentes, bem como pelos eventos de discussão cientifica e as inúmeras publicações teóricas e técnicas já editadas. A institucionalização cognitiva esta em outro patamar. Fato que o autor considera agravado pelo alcance da comunicação cientifica na area no âmbito internacional. O debate proposto busca a identificação de estatutos mínimos que permitam a interação entre os teóricos e uma evolução do conhecimento no âmbito das realidades nacionais, mas partindo de pressupostos teóricos gerais. Um dos pontos altos desse trabalho que voce esta prestes a ler e uma sistematização expressa em tabelas muito bem preparadas e que foram frutos de uma pesquisa muito densa na literatura arquivística. O trabalho como um todo demonstra a maturidade de um profissional egresso de um momento muito profícuo de uma área, que vem se transformando e ganhando novos contornos com essa aproximação que aconteceu e esta acontecendo com a academia.