Resumo
Partindo da hipótese que o desprestígio da Arquivologia Brasileira é reflexo das relações de trabalho existentes nas empresas e órgãos governamentais, estando os arquivistas acomodados a esta situação, discute-se o papel dos arquivistas brasileiros frente ao conflito de interesses existentes no campo profissional. Admitindo-se ser o objetivo fundamental da Arquivologia a criação de sistemas de informações e o emprego de métodos e técnicas documentárias que possibilite um programa bem planejado de eliminação, preservação e recuperação de informações, chama-se a atenção para o distanciamento dos arquivistas em relação aos dirigentes de empresas e órgãos públicos, como decorrência da hipótese inicial. A análise é feita através das relações atuais entre arquivista-usuário, chegando-se a conclusão de que o melhor caminho para o desenvolvimento da Arquivologia contemporânea seria da procura de estratégias que o envolvessem maior participação dos usuários no processo da elaboração do projeto. Neste sentido, a descoberta do valor e importância a ser atribuída à informação, criaria as bases para a formulação de novos enfoques da arquivologia brasileira. A visão histórico-crítica da Arquivologia está ligada ao estudo dos arquivos públicos, valorizando o que é considerado tecnicamente adequado às condições locais. Sobre a Arquivologia Brasileira o que conhecemos é superficial e confirma a precariedade de trabalhos sobre o assunto. O que está divulgado é quase sempre para ressaltar situações isoladas, não significando uma crítica de nossa realidade profissional. A conferencista escolheu como instrumento de trabalho, o material resultante dos depoimentos de diversos arquivistas e dirigentes de empresas e serviços públicos – os usuários – e de atitudes profissionais destes, que revelaram suas preocupações frente ao problema dos arquivos e da informação.