Resumo
As instituições que desde a Antigüidade custodiam a informação, os Arquivos e Bibliotecas, armazenam a memória do conhecimento humano e de suas atividades, e se constituíram nos repositórios de informação em suportes analógicos, de diversas naturezas de acordo com as técnicas de cada tempo, e tiveram suas funções nem sempre claramente distinguidas e, freqüentemente, confundidas, inclusive pelas ambigüidades terminológicas e conceituais. Com o advento das novas tecnologias e a informação em suporte digital, a partir da década de 70 do século passado, no âmbito da sociedade informacional, como a designou Castells, e na conjuntura do paradigma tecnológico, profundas alterações, ainda em curso, aprofundam e intensificam as questões relativas à discussão do campo e objeto de estudo da emergente Ciência da Informação e de suas relações inter e transdisciplinares com a Biblioteconomia e Arquivologia. É nesse contexto que surgem os repositórios digitais, freqüentemente conceituados por suas funções de reunir, preservar, dar acesso e disseminar o conhecimento de uma instituição científica, ou de uma área do conhecimento, dando-lhe visibilidade e se constituindo numa ferramenta de gestão do conhecimento científico. Na literatura, do ponto de vista epistemológico e teórico-metodológico, repositórios digitais não têm sido objeto de estudo da Ciência da Informação, embora estejam presentes em artigos que o tratam como uma inovadora mídia da comunicação científica, relacionada com a OAI. O objetivo deste trabalho é refletir sobre as proximidades e distanciamentos de tratar o objeto “informação” nos arquivos, nas bibliotecas e nos repositórios digitais.