Resumo
Esse artigo centra-se na importância da preservação dos Arquivos de Direitos Humanos nos últimos 70 anos da história ibero-americana, mergulhada em acontecimentos sangrentos ocorridos durante o período das ditaduras e da violência política. No contexto dessas experiências traumáticas, surgem as organizações de familiares e vítimas, os organismos de direitos humanos (ONGs, igrejas, advogados) que geram uma documentação valiosa por constituir uma fonte primária que as comissões da verdade vêm utilizando em seu trabalho de esclarecimento do que aconteceu nessa época. Analisa o caso peruano, em que os arquivistas, comprometidos com os direitos humanos, assumem o desafio de conjugar a teoria arquivística com a realidade da documentação encontrada nas diversas instituições que participaram, direta ou indiretamente, nas ações de violência política que lhes coube viver nos anos 1980-2000. Aborda o trabalho realizado com a documentação dos organismos de direitos humanos e o trabalho arquivístico na Comissão da Verdade e Reconciliação.