-
O Sistema de Informação Geográfica Histórico para o Cadastro de Fontes Materiais e Arquivísticas
- Voltar
Metadados
Miniatura
Título
O Sistema de Informação Geográfica Histórico para o Cadastro de Fontes Materiais e Arquivísticas
Resumo
Este trabalho trata do método de cadastro de fontes materiais arquivísticas, apoiado em Sistemas de Informação Geográfica, adotado em pesquisa de doutorado, na qual são levantados e espacializados dados na escala do edifício, lote a lote, relativos ao chamado Quadrilátero Central, que corresponde à área de fundação da cidade de Ribeirão Preto, localizada no estado de São Paulo. São cadastrados edifícios de interesse histórico – dotados de características excepcionais ou modestas, conservados ou arruinados, tombados ou não, remanescentes na paisagem atual – aqui chamados de fontes materiais. A materialidade é considerada fonte informativa direta de dados, que servem ao estudo da dimensão histórica e social do artefato arquitetônico e urbano. Já as fontes arquivísticas da pesquisa consistem em documentos disponíveis no acervo do Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto, especificamente, projetos arquitetônicos, fotografias e mapas cadastrais. As fontes estão circunscritas ao recorte temporal da pesquisa, 1856 a 1956, e organizadas de acordo com sua natureza – material ou arquivística – e a escala dos elementos nelas representados – arquitetura ou paisagem. A seleção das edificações se baseia em análises visuais, feitas em campo, através do reconhecimento de elementos como platibandas, vitrais, balaustradas, porões, alpendres, cachorros, e ornamentos característicos de estilos como o ecletismo, o neocolonial, o art nouveau, o art déco e o moderno. Dados preliminares sobre os imóveis são colhidos nas Folhas de Informação, documentos de consulta pública cedidos pela Prefeitura Municipal, que contêm dados sobre o proprietário atual, localização, data de aprovação e natureza do processo (construção, demolição, reforma, ampliação, etc.), número e data de expedição do alvará, autor(es) do projeto, engenheiro responsável, dentre outros. Demais informações são buscadas nos documentos do Arquivo Público. Os projetos estão organizados em seções de obras públicas e de obras particulares. A primeira contém dossiês e, na segunda, há processos desde 1911 a 1979, organizados em caixas segundo o ano de aprovação. Em cada caixa, há pastas com os projetos identificados por um número sequencial e pelas informações relativas ao proprietário e à rua, anotadas nas capas. Os projetos circunscritos aos recortes temporal e territorial da pesquisa são fotografados/escaneados, inclusive aqueles relativos a imóveis demolidos, para posterior georreferenciamento. Aos arquivos de imagem, contendo a reprodução das pranchas de projeto, são atribuídos dados referentes a: ano, caixa, planta, data de aprovação, rua, número (atual/antigo), proprietário, arquiteto/ engenheiro/ construtor, tipo de projeto (construção, reconstrução, reforma, aumento, demolição) e uso. Informações complementares ao uso são obtidas em periódicos, especificamente em anúncios de jornais e nas relações de profissionais e estabelecimentos comerciais e industriais presentes nos almanaques. Para além da escala do edifício, as fotos e os mapas, que informam aspectos relativos ao tecido edificado e ao tecido urbano, também são georreferenciados. Aos arquivos de fotos são atribuídos dados relativos a: número de registro, descritores, ano e fotógrafo/estúdio. Nos mapas, são vetorizadas todas as edificações inseridas no Quadrilátero Central, permitindo estimar a datação de muitas das edificações históricas inicialmente cadastradas bem como analisar o processo de ocupação da área de estudo. O entrecruzamento de todas essas fontes por meio de Sistemas de Informação Geográfica apresenta novas possibilidades para a história urbana ao conformar um grande banco de dados brutos, que se presta tanto para a organização e difusão de acervos quanto para gestão do patrimônio edificado. Portanto, o método aqui proposto aproxima a prática historiográfica da preservação patrimonial e os documentos dos artefatos. Muito embora tenha sido desenvolvido a partir das características materiais da paisagem e dos documentos disponíveis sobre a área de estudo, é possível estender a sua aplicabilidade a outras áreas de Ribeirão Preto e a outras cidades brasileiras.
Palavra-Chave
Fontes arquivísticas | Fontes materiais | Sistemas de Informação Geográfica
Relacionado à Obra
Organizador(es)
Editora
Natureza
ISSN ou ISBN
978-65-991726-4-9
ISBN
978-65-991726-4-9
Sessão
Patrimônio, memória e documento
Páginas
1-19