Resumo
Uma efetiva organização do conhecimento arquivístico depreende, fundamentalmente, do aprofundamento teórico e empírico adquirido pelo profissional da informação no decurso de sua formação acadêmica. Nesse sentido, a classificação arquivística assume papel preponderante na teoria, metodologia e prática da Arquivística, porquanto está intimamente ligada à conformação científica da área e à formulação do seu escopo teórico-metodológico; e, desse modo, auxilia na condução adequada do trabalho de organização da informação e do conhecimento nos arquivos. Apesar de sua importância, a área apresenta problemáticas pouco investigadas que influem no modelo de ensino e aprendizagem do profissional da informação. Diante disso, nosso objetivo, neste trabalho, foi o de verificar se a classificação arquivística é objeto de uma disciplina específica na Universidade Federal Fluminense e na Universidade Estadual Paulista, a fim de analisar se seus currículos e planos de ensino expressam a relevância da operação para a singularidade do profissional da informação. Para tanto, foi empregada metodologia exploratória, qualitativa e analítica para evidenciar o papel da classificação arquivística para a epistemologia Arquivística; estabelecer as especificidades inerentes à função, teoria, terminologia, metodologia e instrumentos produzidos pela operação; explicar o processo de criação da graduação em Arquivologia no Brasil, na UFF e na UNESP, além de analisar seus currículos e planos de ensino, de modo a averiguar possíveis dissonâncias que afetem a formação profissional. A pesquisa demonstrou que ambas as universidades possuem disciplinas voltadas para o estudo exclusivo da classificação arquivística; projetos pedagógicos que determinam a confluência curricular entre as áreas de Arquivologia e Biblioteconomia sob a ótica da Ciência da Informação; e abordam os aspectos relevantes ao estudo da área.