Resumo
A identificação surgiu na década de 80, como proposta de grupos de arquivistas preocupados com a formulação de metodologias para solucionar o problema da acumulação de documentos. Na Espanha, os métodos de identificação usados nas instituições arquivísticas da administração pública foram discutidos na Primeira Jornada sobre Metodologia para a Identificação e Avaliação de Documentos da Administração Pública, realizada em Madri, em 1991, cujo conceito proposto ficou registrado no Diccionario de Terminologia Archivistica. A partir desse momento, foram formados grupos de estudo de identificação nos países que apresentavam a mesma problemática, como Portugal, Brasil e México. No Brasil, as propostas de identificação formuladas no âmbito do Arquivo Nacional resultaram na publicação de manuais, como o Manual de Identificação de Acervos Documentais para Transferência e/ou Recolhimento aos Arquivos, elaborado pelo Grupo de Identificação de Fundos Internos (GIFI), e o Manual de Identificação de Documentos efetuado pelo Grupo de Identificação de Fundos Externos (GIFE), cujo conceito foi incorporado pelo Dicionário de Terminologia Arquivística, publicado em 2005. Nesta análise inicial, foi possível perceber que existe uma lacuna teórica da inserção do método de identificação na Arquivística brasileira. Dessa maneira, o presente trabalho tem por objetivo rastrear a construção do conceito de identificação. Nos objetivos específicos, pretende-se: investigar o surgimento da identificação no âmbito teórico e prático na revisão de literatura; analisar a produção científica e acadêmica no Brasil sobre o tema; construir um quadro comparativo do uso terminológico da identificação, apontado pelos autores estudados. Para tanto, caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, de natureza teórica, cuja metodologia prevê o estudo comparativo dos conceitos e das metodologias propostas em ambos os países e a realização de entrevistas com os arquivistas dos citados grupos de trabalhos, para analisar as concepções que nortearam as práticas de identificação, contribuindo para a construção teórica da arquivística brasileira.
