Resumo
O campo da preservação audiovisual se desenvolveu a partir sobretudo da década de 1930, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, em parte como decorrência da criação de Museus e Cinematecas que entendiam o cinema como objeto artístico (fosse como a “sétima arte” ou a principal expressão da arte moderna), valioso documento histórico ou importante instrumento de propaganda. A consolidação desse campo e a constituição de sua expertise foi consequencia da experiência prática e empírica desses profissionais e suas instituições ao longo das décadas. Obviamente, o estatuto ambíguo do cinema como “arte-indústria” informou a reflexão e as práticas da preservação audiovisual, sobretudo com a crescente conscientização dos estúdios e produtoras cinematográficas – além das emissoras televisivas – do ativo comercial representado pelos seus arquivos. Além de uma breve contextualização histórica, a palestra levantará questionamentos atuais acerca da relação entre original e obra recorrentes na preservação de objetos e documentos audiovisuais, assim como trará indagações oriundas de uma “nova história do cinema” que coloca em relevo a exibição cinematográfica e sugere tratar o cinema como “evento”.