Há múltiplas formas de apropriação dos patrimônios documentais arquivísticos no contexto escolar. Estas formas não se limitam aos usos que convencionalmente nos deparamos nos livros didáticos onde os documentos são inseridos como recursos de comprovação ou ilustração de um ato ou um fenômeno. Ao contrário, a utilização do documento de arquivo como recurso didático pode pedir tanto uma relação mais criativa de ensino-aprendizagem quanto um domínio mais plural de um patrimônio público que ainda tem se mostrado, por suas características particulares, restritivo e excludente. Nesta apresentação pretendemos tecer uma reflexão acerca dos referenciais teóricos que orientaram a constituição de uma das frentes de atuação do projeto “O Arquivo vai à Escola”, qual seja, a “Oficina para a utilização de documentos de Arquivo no Processo de Ensino- Aprendizagem”, voltada para a formação de professores da Fundação Educacional do Distrito Federal. A elaboração das oficinas partiu de uma dupla demanda: de um lado, o esforço do Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF) em democratizar o acesso ao seu acervo, buscando interlocutores até então alijados das memórias sociais representadas nos documentos, e, de outro, a tentativa de criação de uma relação educacional inovadora, apresentada na proposta da Escola Candanga da Fundação Educacional do Distrito Federal (FDF), cuja proposição fundamental consiste na reformulação da escola como espaço de produção de conhecimentos e formação de cidadãos.