Este ensaio tem o objetivo de apresentar breve reflexão quanto ao papel do arquivista no tempo presente e possui, como linha condutora, três textos de Bruno Delmas. O primeiro foi produzido para a abertura de evento realizado em 2007 no Instituto Fernando Henrique Cardoso, o segundo compõe coletânea desse mesmo Instituto que recebeu o título “Arquivos para quê?”, publicado em 2010, e o último, integra obra do mesmo órgão, “Dar nome aos documentos: da teoria à prática”, publicada em 2015.(...) Delmas identifica claramente alguns pontos que são cruciais para o desenvolvimento deste ensaio, a saber: a) a quebra de paradigma advinda da produção dos documentos digitais, e em particular, para os documentos das instituições públicas; b) os limites para a atuação do arquivista; c) o uso da diplomática. O que se pretende objetivamente ressaltar é a necessidade de se redefinir o que é ser arquivista em uma sociedade que cada vez demanda transparência dos órgãos públicos e que produz de forma acelerada documentos digitais. Destaca-se ainda a importância da diplomática para as novas atividades desse profissional. O argumento central aqui apresentado é que o século XXI enseja a ampliação das atividades do arquivista, que além de se preocupar cada vez mais com a organização e acesso dos documentos do arquivo permanente e de envidar maiores esforços para efetuar a avaliação e destinação dos documentos já produzidos, independentemente do formato, deve também atuar junto aos sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos para a produção de documentos arquivísticos autênticos, confiáveis e acessíveis ao longo do tempo, valendo-se da diplomática para dar conta destas novas atividades.