Apesar de introduzida no Brasil desde a primeira metade do século XIX, só recentemente a fotografia teve seu valor documental reconhecido. O crescimento do volume de registros fotográficos nos arquivos, bibliotecas e museus, aliado ao aumento da procura e à especificidade da pesquisa voltada para esse tipo de fonte geraram a necessidade de se estabelecerem normas para o arranjo e a descrição da fotografia. O Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil - CPDOC - fundamentou-se na biblioteconomia e na arquivologia para a elaboração dos procedimentos técnicos relativos aos documentos visuais do seu acervo. O processo descritivo baseou-se no Código de catalogação anglo-americana no (AACR-2) com vistas a uma possível inserção do acervo no Sistema Bibliodata/Calco, desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas, respeitando-se os princípios da arquivologia relativos proveniência e a indivisibilidade do fundo arquivístico. O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a experiência do CPDOC na elaboração desses procedimentos, analisando a potencialidade da linguagem fotográfica e as dificuldades que envolvem a recuperação desse tipo de documento em linguagem escrita.