Este artigo explora a possibilidade de usar o conceito de infraestrutura de informação para entender o funcionamento das atividades relacionadas à documentação corrente ou permanente nas Instituições de Ensino Superior (IES). Trabalha o potencial heurístico da transposição de alguns conceitos teorizados pelos estudos em sociologia das ciências e das técnicas (SCT) a este caso específico, trazendo uma abordagem etnográfica e uso da teoria fundamentada para restituir o ponto de vista dos atores e relevar aspectos envolvidos na produção, armazenagem e disseminação de informações arquivísticas no contexto acadêmico, assim como o lugar concedido aos arquivos científicos. Mesmo se as IES se utilizam cada dia mais dessas infraestruturas informacionais nas suas atividades, a invisibilidade da constituição e do funcionamento dessas infraestruturas não deve levar a esquecer as dimensões relacionais, políticas e materiais que as condicionam e desenham a memória documental das instituições e das atividades científicas por elas coordenadas. Como resultado parcial, destaca-se as dimensões relacionais e políticas das atividades arquivísticas na escolha dos elementos a serem tratados e preservados.
Apresentado no VI Congresso Nacional de Arquivologia, realizado no período de 20 a 23 de outubro de 2014, em Santa Maria, RS, sob o tema "Arquivologia, sustentabilidade e inovação" e promovido pela Associação dos Arquivistas do Rio Grande do Sul.