Este texto se propõe a lançar um breve olhar sobre o processo de consolidação dos arquivos pessoais no contexto preservacionista dos arquivos históricos brasileiros. Para tanto, recorre a uma contextualização histórica das ações desenvolvidas por instituições culturais e de memória a partir da década de 1960 com o objetivo de preservar a documentação histórica. O movimento de criação de centros de documentação e memória no Brasil, fenômeno fortemente vinculado às universidades e centros de pesquisa, é entendido como um fator relevante para a valorização e consolidação do espaço ocupado pelos arquivos pessoais neste processo de construção de memórias no país. Entendidos como agentes responsáveis pela valorização dos arquivos pessoais, estes centros de documentação e memória assumiram uma responsabilidade de preservação e construção de memórias sociais em um período sensível para a história brasileira: a Ditadura Militar. Concluímos que a institucionalização dos arquivos pessoais por parte destes centros constitui um elemento fundamental para a compreensão das práticas arquivísticas atuais no país, assim como um fenômeno que ainda requer a concentração de olhares atentos para analisá-lo e compreendê-lo.