Resumo
As ordens religiosas que se estabeleceram no Brasil durante os primeiros séculos da descoberta formaram logo bibliotecas. Essas bibliotecas foram as primeiras que houve na Colônia. Já em meados do século XVII, algumas eram consideráveis, tendo-se em vista a época e o lugar. Os jesuítas mantinham as maiores, chegaram a possuir nos seus colégios do Pará e Maranhão um acervo de uns 12 000 volumes. Mas, era em Salvador que ficava a maior de todas, com cerca de 15.000 volumes sobre os mais variados assuntos. Magnificamente instalada em sala especial, toda decorada e comum teto alegoricamente pintado, é ainda hoje uma das jóias de arte barroca brasileira. As bibliotecas conventuais do período colonial não possuíam somente livros religiosos ,mas sobre todos os assuntos, como dissemos, e eram franqueadas, a pedido, ao público. Com a extinção da Companhia de Jesus, em 1759, as bibliotecas dos jesuítas foram confiscadas. Parte foi remetida para Portugal, parte ficou depositada em lugares impróprios, foi dilapidada e dispersada. Em fins do século XVIII os conventos não representam mais o papel de únicos educandários no Brasil. As bibliotecas conventuais entram em decadência na maioria das ordens religiosas, na maior parte do território. (Cf. MORAES, Rubens Borba de. Livros e bibliotecas no Brasil colonial (1500-1808). Revista Interamericana de Bibliografia 22 (3) :227-241, jul./sept. 1972.). O documento que se reimprime aqui dá uma idéia do estado em que se encontravam em meados do século passado as bibliotecas de São Luís do Maranhão.