Em um contexto de evolução científico-tecnológica, em que a informação e a comunicação reconfiguram as relações entre sujeitos e organizações que têm, cada vez mais, migrado para a esfera das redes, campos do conhecimento estão (re)definindo fundamentos sobre seu objeto de estudo. Alicerçada em bases memorialísticas, a Arquivologia subsidiou-se na “guarda”, cujo relevo historicista desdobra tendências, modelos e atividades de tratamento documental, substanciado por um paradigma conhecido como “histórico-custodial”. Com o hiperdesenvolvimento das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDIC), desdobradas pela convergência midiática nessa fase da sociedade em rede, a Arquivologia também se pauta em outro parâmetro de reflexão e atuação: o da gestão arquivística, cujo processo político desdobra tendências, modelos e atividades de acesso à informação, subsidiados por um paradigma conhecido como “pós-custodial”. Devido a essas duas perspectivas que coexistem no território da Arquivística contemporânea e dividem opiniões, esta pesquisa promoveu um diálogo sobre a relação dualista entre os dois paradigmas, estabelecida ao longo do processo de desenvolvimento histórico da Arquivologia, e apresentou considerações sobre o fortalecimento de uma episteme que reforce os horizontes da Arquivologia, na perspectiva de um conhecimento científico transdisciplinar e autônomo. Trata-se de uma pesquisa teórico-exploratória e de abordagem qualitativa.