Resumo
Não só ouro produziram as Minas Gerais nos séculos XVIII e XIX. Nessa época próspera para a economia mineira, as manifestações artísticas também encontraram solo fértil. A mais religiosa de todas as artes, a música, teve lugar marcante nessa sociedade, onde a Igreja, além de sua significação espiritual, teve a missão de integrar socialmente um povo de várias procedências e etnias que chegavam às Minas Gerais em busca da riqueza da terra. Remanescentes deste período atuam até hoje em Minas, sobretudo na região de São João dei Rei, Prados e Tiradentes, orquestras e liras, constituídas de músicos amadores, que prosseguem preservando o valioso patrimônio da música sacra mineira. No intuito de contribuir para esse esforço de preservação, a PUC do Rio de Janeiro e a Funarte, com o apoio da Xerox do Brasil e da Fundação Roberto Marinho, desenvolveram um projeto de levantamento, microfilmagem e catalogação dos acervos das agremiações musicais, Confrarias, Irmandades e Ordens Terceiras da região. O catálogo foi lançado no dia 17 de junho em solenidade realizada no Salão Rio de Janeiro do Rio Palace Hotel. Da programação constou um concerto da Orquestra de Câmera de Niterói e do Coral da PUC, sob a regência do maestro Roberto Duarte. Foram apresentadas obras do barroco mineiro de autoria do padre Maurício Nunes Garcia, Manuel Dieas de Oliveira, José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita e padre José Maria Xavier. Houve uma exposição fotográfica sobre arte sacra e uma homenagem foi prestada a todos os regentes de orquestras e liras de Minas Gerais. Um coquetel encerrou a comemoração durante a qual foi lançado o terceiro disco da Orquestra Ribeiro Bastos, de São João del Rei, intitulado Novenas do Carmo.