Resumo
O movimento pela preservação de filmes no Brasil iniciou-se há mais de trinta anos. Qual a explicação para a pobreza de resultados o período? Existem perspectivas de que o atual quadro se altere politicamente? A procura de respostas às duas questões está na base da discussão que se pretende ampliar no Congresso de Arquivologia. Recusando-se a abordar a preservação de filmes fotográficos do ponto de vista exclusivamente técnico, para evitar que a análise se desvie do essencial – nossa incapacidade atual de conservar sistematicamente imagens – fixas ou animadas – o conferencista deseja introduzir algumas considerações de caráter político, econômico, tecnológico e social que constituem o pano de fundo das ações de resgate cultural pela preservação e disseminação de imagens. No período compreendido vimos surgir inúmeros gestos visando a possibilitar o intento almejado: criaram-se as instituições, cinematecas e museus de imagem e do som, estabeleceu-se a demanda pelas projeções de filmes e publicações de reminiscências fotográficas, formaram-se alguns profissionais “especializados” na preservação de imagens que representaram, ainda que inconscientemente, o papel de plenipotenciários salvadores de um acervo virtual. Em que pesem todos esses esforços estamos vivendo presentemente um momento de perplexidade e transição, cujo futuro apenas se delineia, induzido pelas novas conquistas tecnológicas no campo da eletrônica ou pelos hábitos sociais que se vão constituindo a partir da oferta de aparatos economicamente rentáveis de produção e consumo de imagens.