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As novas abordagens e os novos objetos da História e dos Arquivos
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Título
As novas abordagens e os novos objetos da História e dos Arquivos
Autor(es)
Resumo
O conferencista trata das novas perspectivas e exigências que estão surgindo para as tarefas arquivísticas a partir das transformações que vêm se processando no âmbito da história contemporânea, com o aparecimento de novos objetos e novas abordagens, especialmente no campo da História Social. De fato, o estudo das estruturas e movimentos sociais, e, particularmente, a chamada “história das mentalidades coletivas” baseiam-se na utilização de fontes históricas de tipo diferente daquelas tradicionalmente utilizadas pelos pesquisadores. Não se interessando apenas por fatos ou figuras isoladas, buscando essencialmente aquilo que seja coletivo, a história social tende a privilegiar a documentação que registre os fenômenos de massa, as séries longas de dados, a vida coletiva em seu dia a dia, o acontecer social em seu conjunto. Passam a ocupar um lugar privilegiado os arquivos cartoriais, policiais, eclesiásticos, as coleções de jornais e revistas, os arquivos de empresas, os arquivos locais. Trata-se portanto de repensar a prioridade das técnicas e políticas arquivísticas em função dessas novas tendências, pois, em geral, o historiador da sociedade tende a se sentir frustrado em relação à documentação existente em boa parte de nossos arquivos. estudar as estruturas agrárias, especialmente em nível local ou regional, pesquisar os movimentos sociais, no campo e na cidade, sob o escravismo ou após, indagar a respeito da morte, da família, do crime, da educação, da juventude, da produção cultural em geral, são sempre tarefas extremamente difíceis, atualmente, ente nós. Ora, vem crescendo rapidamente, especialmente nos cursos de mestrado, o interesse por aqueles temas, utilizando novas abordagens metodológicas, quantitativas ou não, ao mesmo tempo que se faz presente uma preocupação muito grande com os problemas de uma historiografia basicamente calcada nos interesses dos grupos dominantes, ignorante e deturpadora das posições e comportamentos reais dos dominados, os eternos “vencidos”. Mesmo no campo da história política observa-se que o papel do Estado tende a ser equacionado sob novos parâmetros em conexão com os conflitos entre as diversas classes, exigindo a análise de outros documentos além daqueles até aqui habitualmente trabalhados. Mais do que o registro de atos e decisões interessam os caminhos que levaram a elas as reações, as alternativas possíveis, os interesses sociais conflitantes e mais ou menos ocultos. Em suma, há necessidade de um diálogo mais aberto e constante entre o historiador e o arquivista a fim de explicitarem seus problemas e dificuldades comuns, única maneira de encaminhar um redirecionamento de prioridades quanto à coleta de acervos e sua organização para consulta.
Relacionado à Obra
Organizador(es)
Editora
Natureza
Sessão
3o. Seminário de Fontes Primárias de História do Brasil. 1a. Reunião: Os Arquivos para uma nova história
Páginas
88-89
Ano
Observações
Consta no programa do evento que o autor é do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense - UFF.