Apresenta um breve levantamento das fontes de informação sobre diversidade sexual eidentidade de gênero que constam noFundo da Divisão de Segurança e Informações do Ministério da Justiça, correspondente ao onipotente Serviço Nacional de Informações (SNI), durante a ditadura militar no Brasil. Adocumentação se encontra no Arquivo Nacionaldo Rio de Janeiro e o trabalho tem como referencial metodológico a perspectiva dos arquivos enquanto memória, considerandoos paradoxos de tal relação tanto no sentido de seu papel de testemunhos de ocorrências passadas, quanto de expressivos –e perturbadores –dispositivos do presente. Neste sentido, revela como os documentos retratam os sujeitos desviantes da lógica binária cisheteronormativa, buscando contribuirtanto para o conhecimento acerca da sedimentação de preconceitos contra as minorias e de violações de direitos humanos básicos, quanto para a ressignificação das subjetividades de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT+) em relação ao que, persistindo na condição de memória sobre a sua existência, perpetua-se no tempo através de atitudes discriminatórias e intolerantes ou de resistência e transgressão às normas sociais hegemônicas. Trata-se de desbravar uma seara ainda inédita ou bastante incipiente na arquivologia brasileira,ressaltando a questão do acesso às fontes de informação para a pesquisa social.O presente artigo é oriundo de comunicação proferida no VIII Seminário de Saberes Arquivísticos (SESA),no período de 16 a 18 de agosto de 2017.