Resumo
Quem quer que se proponha a desenvolver pesquisas documentais em Portugal objetivando analisar temas relacionados à História do Brasil instintivamente associa seu trabalho a três instituições: os Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, o Arquivo Histórico Ultramarino e a Biblioteca Nacional de Lisboa. Tais escolhas são inevitáveis e, em princípio, acertadas. Com efeito, grosso modo, nessas três instituições concentra-se o fundamental dos núcleos, fundos e acervos arquivísticos que alimentam as investigações aqui consideradas. Dentre aqueles organismos, especial destaque deve ser conferido ao Arquivo Histórico Ultramarino e há que assinalar, no entanto, a necessidade de se abrir o horizonte do pesquisador em direção a preciosos documentais que têm sido pouco ou mal explorados. É bem verdade que, ainda em Lisboa, alguns desses conjuntos de fontes históricas vêm sendo, de há muito, consultados, como, dentre outros, a Seção de Manuscritos da Biblioteca do Palácio Nacional da Ajuda; o idêntico setor da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade de Geografia de Lisboa; o Arquivo Histórico Militar e o Arquivo Histórico do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Também na capital portuguesa cumpriria destacar a riqueza documental dos fundos do Arquivo Histórico da Casa da Moeda e o do Tribunal de Contas, cujas relevância e qualidade dos elementos informativos neles contidos espantosamente não têm merecido a devida atenção dos estudiosos da História do Brasil. A não esquecer, além disso, que a macrocefalia e os indiscutíveis encantos de Lisboa, por vezes, levam o pesquisador a desprezar a consulta a notáveis arquivos de outras partes do País. A referir, sem ser exaustivo, os núcleos documentais manuscritos (e não só) da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, da Biblioteca Pública de Évora, da Biblioteca Púbica Municipal do Porto e do Arquivo Distrital de Braga. Por fim, em todas essas regiões, é mister realçar os preciosos acervos documentais de posse de casas senhoriais ou que por essas foram confiados a guarda e/ou a posse de arquivos públicos. Realizar uma viagem panorâmica por estes repertórios de fontes é o propósito da comunicação que se anuncia.