Resumo
O presente trabalho surge da necessidade de explanação acerca dos problemas de funcionalidade de aplicação do ciclo vital dos documentos no contexto dos arquivos institucionais brasileiros. Inicialmente, pretendemos apontar o contexto histórico da teoria das três idades e seus desdobramentos conceituais. Por conseguinte, indicaremos a cisão ocorrida entre os profissionais que atuam nas distintas fases documentais, o que se evidencia por meio das nomenclaturas diferenciadas empregadas na arquivística norte-americana, “records management”, para os profissionais do arquivo corrente, e “archivist” para os de arquivos permanentes, como decorrência da aplicabilidade do conceito de Gestão de Documentos (GD) nos Estado Unidos da América (EUA), após a Segunda Guerra Mundial. Partindo desse pressuposto, pretendemos apontar as problemáticas envolvidas na aplicabilidade dessa linearidade de formação dos arquivos organizacionais em três fases documentais distintas, perpassando a ideia de que o histórico da realidade dos arquivos brasileiros é o de massa documental acumulada (MDA). Por último, apresentaremos uma discussão acerca do significado da noção da Arquivística pós-custodial, como uma nova perspectiva de mediação entre os usuários e os serviços arquivísticos, bem como uma tentativa de reconhecimento da necessidade de integração das três idades documentais, em decorrência da intensificação do uso das Tecnologias da Informação (TIS) na realidade dos serviços de arquivo.