O arranjo e a descrição dos documentos de arquivo podem ser considerados os dois processos nucleares da teoria e da prática arquivística que compartilham o mesmo objetivo: representar o conhecimento arquivístico. Esta representação está baseada fundamentalmente na aplicação do princípio da proveniência e no conceito de fundo documental. O presente artigo busca discutir especificamente a descrição arquivística em face das mudanças e propostas de uma abordagem pós-moderna da disciplina que propõe o conceito de fundo e o princípio da proveniência como norteadores conceituais e não como entidades físicas – como até o momento se supunha – no processo de representação. Para tanto, é feita uma revisão de literatura, por meio de um estudo exploratório, teórico e documental nos principais periódicos internacionais e nacionais da área da Arquivologia para apresentar as perspectivas teóricas dos estudos canadenses e australianos que se apresentam na vanguarda do movimento pós-moderno, discutindo as bases teóricas da Arquivística Moderna, face à realidade dinâmica da produção documental contemporânea. Ao final, conclui-se que a abordagem pós-moderna parece ser a mais capacitada para lidar com as questões contemporâneas, uma vez que vai mais a fundo nas questões sobre a representação arquivística e sua relação entre o arquivista, o contexto de criação dos documentos e o usuário.