Mesmo diante do crescente impacto dos arquivos enquanto fonte privilegiada de informação e dos avanços estratégicos mediados pelo arquivista na moderna administração, a imagem disseminada desse profissional nos diversos setores da sociedade ainda carrega uma série de estereótipos impregnados de uma visão turva sobre suas reais atribuições práticas, bem como, sua própria capacidade em lidar com as relações humanas. O objetivo deste artigo é oportunizar ao seu leitor breve reflexão sobre a representação do arquivista em obras de ficção - cinema e televisão - a partir da análise do conteúdo ideológico de produções audiovisuais nacionais e internacionais selecionadas por retratarem, direta ou indiretamente, o profissional atuante em arquivos. O resultado dessa investigação é a demonstração de modelos/padrões construídos pela mídia que acabam por ditar uma percepção equivocada desse profissional, contribuindo para a construção de um imaginário social dissonante não só da literatura especializada da área, mas também, de uma tradição histórica que atravessa os séculos.