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A Hemeroteca da Academia Brasileira de Letras
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Título
A Hemeroteca da Academia Brasileira de Letras
Autor(es)
Resumo
A diversidade da documentação arquivística e seus múltiplos suportes levam a Arquivologia, como ciência, a abandonar, na prática, o cuidado com o documento e aproximar-se da informação. Se o que importa para a Arquivologia é o atendimento das necessidades informacionais da instituição mantenedora, produtora e/ou proprietária do acervo, é com a garantia da segurança na preservação e rapidez no acesso, que a arquivologia deve se preocupar, acima de tudo. A documentação impressa (jornais, revistas e/ou recortes de jornais e revistas) tem criado algumas discussões sobre se sua natureza e tipologia teriam algum tipo especial na forma de tratamento e se seria exigida uma subordinação exclusiva à teoria arquivística ou biblioteconômica. Ao nosso ver este é mais um falso dilema. Foi no escopo desta questão que surgiu a Hemeroteca da Academia Brasileira de Letras (ABL). O acervo documental encontrado na Academia Brasileira de Letras, composto de documentos textuais sobre suporte papel, documentos audiovisuais e material iconográfico, apresentava uma significativa predominância de jornais, revistas e de recorte de normais e revistas. A primeira consequência disso é que a documentação com os originais da produção literária, as correspondências, as declarações de voto etc. (documentos únicos, diferenciados), encontravam-se soterrados pela grande massa de documentos impressos. A Segunda, mas não menos importante consequência, era a contaminação da degradação por hidrólise (acidez) dos documentos em suporte papel provocada pelo contato físico entre jornais e recortes de jornais e demais documentos acondicionados juntos. Essa documentação impressa, fundamental ara Academia, vem sendo acumulada desde o final do século passado, o que faz com que determinados jornais ou recortes tenham adquirido valor permanente em virtude de sua unicidade. Além disso, essa documentação, consolidada no tempo, é uma referência não só para os Acadêmicos como para pesquisadores externos. A documentação chega à ABL através de um serviço contratado de clipping, onde os temas são as notícias e fatos sobre a ABL como instituição, a atuação de sua presidência e artigos e crônicas dos Acadêmicos e críticas de suas obras, veiculadas pela imprensa brasileira. Com a consolidação do Centro de Memória (sob cuja responsabilidade está a função de gerir toda a informação da ABL) e com a revitalização do Arquivo no ano do centenário da Academia, o sistema de clipping passou a ser vinculado ao Arquivo e criou-se uma Hemeroteca que passará a receber, avaliar, preservar e transmitir as informações da documentação impressa. A Arquivologia não deve tratar com ideias acabadas e rígidas nem se enquadrar em modelos pré-determinados, quando o que está em questão é a agilidade da informação. Parece ser assim que a Arquivologia deverá se consolidar como ciência, pois é através do pensar e da teoria que se qualifica a prática profissional.
Relacionado à Obra
Organizador(es)
Natureza
Sessão
Sessão de Comunicação Livre: Sessão 3 - Conservação de documentos
Período
out.
Páginas
45-46