Resumo
A formação e a profissionalização do arquivista vem sendo uma preocupação constante de todos aqueles envolvidos com o pensar e o fazer arquivístico. No limiar do século do XXI, esta questão vem aparecendo em todos os debates sobre a área, debates que apontam, de uma certa forma, a mudança no currículo como possibilidade viável de solução. Neste sentido, na apresentação pretende-se refletir sobre o conceito de currículos. E, sem a pretensão de esgotar a questão destacar alguns elementos do Currículo do Curso de Arquivologia que são merecedores de atenção e detonadores de discussão. Consubstanciados em disciplinas o estágio supervisionado e a monografia ou trabalho de conclusão de curso, não importando a nomenclatura dada em cada universidade, vêm alcançando os seus objetivos? Será que o estágio supervisionado vem se apresentando ao aluno como uma possibilidade de articular, de maneira orientada, a relação teoria-prática? Será que a monografia vem se constituindo como um trabalho de iniciação científica? Ou estas atividades são apenas vistas e entendidas como meras obrigações (tanto para o aluno, quanto para o professor), já que estão "amarradas'' na grade curricular? Congregando outras abordagens, é necessário pensar também sobre a questão da interdisciplinaridade na formação do arquivista, sobre a irrisória produção intelectual na área arquivística e sobre o trabalho de pesquisa docente. Questões que estão articuladas entre si e que permeiam, de uma forma ou de outra, o currículo do Curso. Qualquer discussão tendo em vista uma mudança curricular, visando uma melhor formação profissional do arquivista, não pode perder de vista as questões postas. O certo é que não podemos entrar no Terceiro Milênio ainda com aquela imagem propalada nos versos do poeta Vinícius de Morais.