Resumo
Nos arquivos, bibliotecas, centros de documentação e museus, bem como em diversos outros processos de institucionalização, entre os quais incluo cinematecas, centros culturais, casas de cultura, ecomuseus, jardins botânicos e muitos mais, ideias de cultura, patrimônio e memória estão presentes e inteiramente relacionados entre si, compondo uma espécie de amálgama conceitual. Ainda que as especificidades sejam significativas e não devam ser desprezadas, esses três termos conformam como que um campo de pertencimento comum para as diferentes instituições. Ancorada no fundo do terreno da museologia, minha intervenção parte do princípio de que, além desses três componentes, pelo menos mais dois outros participam do processo de amalgamação: o poder e o documento. Assim, segundo penso, interessa compreender como as instituições que pertencem em simultâneo aos campos da cultura, do patrimônio e da memória operam com as noções de documento e poder. Esse é o móvel principal de minha intervenção, dividida em duas partes: na primeira, busco uma aproximação do tema proposto, introduzindo a problemática do poder; e, na segunda, busco uma reaproximação, introduzindo a problemática do documento.