Resumo
Este artigo tem por objetivo refletir sobre o uso dos arquivos públicos como espaço de educação. Considerando que essas instituições assumem um importante papel na sociedade, a sua existência é primordial para o bom funcionamento das administrações, o conhecimento da história, e o reconhecimento da identidade coletiva e individual, além de ser um caminho seguro para o exercício da democracia no que se refere ao processo de transparência das administrações públicas. Entretanto, para além dessas funções, essas instituições podem e devem exercer outras funções na sociedade. De fato, podem representar a extensão da escola formal, oferecendo serviços de assistência educativa para um público escolar e também para a comunidade em geral e, em sintonia com a escola, proporcionar novas práticas de ensino e novas formas de aprender. No entanto, mesmo identificando ações educativas em arquivos desde 1881 na Bélgica e no Brasil a partir de 1921, essas ações têm sido pouco exploradas. A inserção dos arquivos no processo educacional supõe uma ressignificação dos arquivos diante das suas funções na sociedade e, por conseguinte, uma reformulação da formação do arquivista que é o sujeito habilitado para trabalhar nos arquivos. É preciso que na formação do Arquivista seja considerada de forma mais densa a reflexão acerca dos serviços educativos nos arquivos.