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Patrimônios Documentais Traumáticos e os Movimentos por Memória: o CEDIC e o Fundo CLAMOR
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Patrimônios Documentais Traumáticos e os Movimentos por Memória: o CEDIC e o Fundo CLAMOR
Autor(es)
Resumo
As demandas recentes pela preservação e difusão de acervos documentais relativos à memórias traumáticas relacionam-se ao cenário crescente das lutas envolvendo memórias públicas e expõe a face de violência extrema do século XX. Após a II Guerra Mundial e o Holocausto, em diferentes cantos do planeta, cresceram as reivindicações de acerto de contas com passados recentes de situações que envolveram processos violentos de extermínio, exclusão e repressão política a grupos e populações diversas. Na maioria dos casos, os debates e a aprovação de políticas públicas sobre momentos de repressão e violência política articulam-se às lutas pela democratização, dando base aos processos de implantação da justiça de transição e as lutas por memória, verdade e justiça. Na conformação da noção de justiça de transição, junto com os objetivos de responsabilização de agentes violadores e reconhecimento das obrigações de reparação dos danos cometidos, destaca-se o desígnio de incluir a visão das vítimas nas narrativas históricas sobre os passados postos em causa. Nesse processo, muitos países assumiram como tarefa e dever de Estado a recuperação, a preservação e a publicização da documentação sobre os períodos de violência institucionalizada. E, nas décadas recentes identifica-se movimentos de grande vitalidade na área, os quais se articularam a importantes lutas políticas contra o arbítrio e a impunidade e pelo direito à verdade e à memória. Para a reflexão que esta comunicação propõe, cumpre destacar que, em vários momentos, as lutas tiveram/têm como dimensão importante a organização de suportes de memória produzidos nos períodos ditatoriais, dando origem ao desenvolvimento de inúmeros projetos e à organização de instituições diversas voltadas para a ação, pesquisa e reflexão sobre patrimônios documentais traumáticos. Em nosso continente, já primeira década deste século, vários países da América Latina organizaram instituições voltadas para a preservação do patrimônio documental traumático como são os casos do Archivo Histórico de la Polícia Nacional da Guatemala, do Museo de la Memória Uruguaio, do Museo Memorial de la Resistência Dominicana, do Museo de las Memórias: Dictaduras e Derechos Humanos do Paraguai, do Museo de la Memória e Derechos Humanos do Chile, entre outras. No Brasil, parte importante das iniciativas de preservação deste patrimônio documental coube aos centros de documentação universitários, dentre os quais podemos citar, só em São Paulo, o AEL da UNICAMP, o CEDEM da UNESP e o CEDIC da PUC-SP. Esta comunicação objetiva expor o trabalho do CEDIC relativo a estes acervos e, particularmente, discutir a importância do Fundo CLAMOR (Comitê de Defesa dos Direitos Humanos para os países do Cone Sul)como Patrimônio Documental traumático dos países do Cone Sul indicando ações e reflexões desenvolvidas a partir dele pelos pesquisadores do CEDIC- Centro de Documentação da PUC-SP.
Palavra-Chave
CEDIC | Fundo CLAMOR | Memórias Traumáticas | Patrimônio > Patrimônio Documental
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Organizador(es)
Editora
Natureza
ISSN ou ISBN
978-65-991726-4-9
ISBN
978-65-991726-4-9
Sessão
Patrimônio, memória e documento
Páginas
1-12