A criação da Associação dos Arquivistas Brasileiros, seguida da constituição de seu instrumento periódico de divulgação e da organização do seu fórum bianual são elementos que revelam as características de um plano coordenado de ações. A finalidade foi dignificar o trabalho arquivístico, delineada estatutariamente em três dimensões: formação para a ocupação nos arquivos, legalização profissional da competência e regulação nacional dos arquivos. O processo de profissionalização revela uma competência que vai se delimitando em torno da preocupação com a qualidade de determinado trabalho, em prol da sociedade, e de sua regulação pelo Estado. Nesse sentido, a configuração do campo arquivístico no Brasil se relacionaria, portanto, com a passagem da condição de ocupação à de profissão, regulamentada por lei federal e apoiada nos cursos universitários de arquivologia. Visto dessa forma, a institucionalização do campo arquivístico no Brasil parece ser uma realização – e também o esgotamento da agenda – do associativismo instituído através da Associação dos Arquivistas Brasileiros, em 1971, com a finalidade assumida de estabelecer um modelo nacional de institucionalização da arquivologia (curso universitário), do arquivista (profissão de quem fez essa graduação) e dos arquivos (legislação arquivística).