O que aparentava ser apenas dificuldades técnicas de pesquisa dá a ver gestos políticos de silenciamento de parte da memória constitutiva da história deste país: neste artigo mostramos um percurso sobressaltado de percalços para acessar mídias impressas significativas que materializaram a primeira discussão sobre o lugar do “negro” no conjunto da sociedade nacional (o debate sobre a escravidão/abolição). Analisamos o funcionamento do arquivo em relação ao Arquivo: colocamos em relação determinado campo de documentos pertinentes sobre uma questão e instituições públicas que os (in)disponibilizam. Considerando que todo arquivo responde a estratégias institucionais de organização e conservação de documentos e acervos, e, através deles, de gestão da memória de uma sociedade, interrogamos: como se dá a relação entre o real histórico e a prática da escrita que dá corpo à memória social institucionalizada pelo Estado?