Resumo
O artigo trata da relação entre privacidade e segurança pública, tendo como base o discurso de autoridades norte-americanas (como o presidente Barack Obama e seu diretor de inteligência nacional) e brasileiras (como os deputados que assinam a recém-aprovada CPI dos Crimes Cibernéticos) sobre a importância do monitoramento e do acesso a dados pessoais como forma de combate a uma série de atividades criminosas. A hipótese é a de que a privacidade como “ameaça” é resultado de uma “cruzada moral” (nos termos de Howard S. Becker) que mascara as perspectivas de controle político e obtenção de vantagens econômicas oriundas das práticas de vigilância de comunicações digitais.