Resumo
A realidade arquivística brasileira apresenta-se com um aspecto preocupante no que se refere à relativa abundância de documentos coloniais, não transcritos, em arquivos do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belém, Recife e São Luiz, principalmente. A leitura e consequente transcrição paleográfica desta documentação traria como consequência imediata o enriquecimento do conhecimento histórico e também a valorização do próprio arquivo depositário. O meio para se alcançar esse objetivo, em parte, depende da divulgação e do aprimoramento da técnica de transcrição paleográfica sempre ajustada ás normas próprias vigentes. Deparamo-nos com uma realidade na qual um restrito grupo de pessoas, nas Universidades e nos Arquivos, trabalha com o assunto. Nas Universidades a Paleografia deveria estar sempre presente nos currículos de História, Museologia e Letras, além de Arquivologia e Biblioteconomia. Seu ensino deveria ater se mais à prática de transcrição de textos, ficando a teoria restrita aos limites necessários, invertendo-se assim, a tendência atual. Nos Arquivos onde existe documentação a ser transcrita dever-se-ia aperfeiçoar e reciclar o pessoal da casa já familiarizado com as transcrições de textos. Entretanto, um principal objetivo desta comunicação, refere-se à necessidade de que, ao se fazer transcrições de textos, sejam respeitadas nacionalmente as Normas de Transcrição de Documentos. Há, no Brasil, um desperdício do já pequeno trabalho de transcrição efetuado, o qual, às vezes, até impresso, onde simplesmente não se segue as Normas de Transcrição de Documentos, que são bastante simples, violentando e desrespeitando o documento e/ou seu autor e chegando-se ao cúmulo de se querer corrigir aos olhos da gramática do século XX formas e características corretas ou próprias de escrever vigentes em séculos anteriores. Se lutamos pelo respeito aos direitos humanos, proponho o respeito, também, aos documentos de nosso passado ao fazermos suas transcrições.