Resumo
Propomos, aqui, uma reflexão sobre novos modelos de arquivo que se desenvolveram ao longo das últimas décadas. Acreditamos ser necessária uma discussão sobre uma tipologia específica, a dos arquivos ligados à arte e ao projeto de design e arquitetura. Objetivos: Trata-se de discutir projetos e experiências que ilustram algumas questões que nos parecem relacionadas ao fato do termo arquivo ter expandido seu uso, para incluir situações, lugares e coleções de documentos que, em sua constituição, não podem ser inseridos nas definições tradicionais. Acreditamos ser necessário entender que tipologias de arquivos estão se desenvolvendo no campo da arte. Metodologia: Procuraremos identificar o papel desenvolvido pela reflexão filosófica na ampliação do sentido do que chamamos arquivo. Nos parece, com efeito, que o termo arquivo passe, hoje a abranger um leque semântico inimaginável até algumas décadas atrás. O uso do termo arquivo inclui inúmeras “memórias” que, se de um lado ecoam algo relativo à ideia principal de arquivo, por outro descreve algo que extrapola aquilo que, tradicionalmente, a ele pertencia. Queremos, assim, indagar os mecanismos que provocaram essa expansão do termo. O trabalho se desenvolve, em um primeiro momento, através da recuperação bibliográfica das definições de arquivo tradicional e seu uso. Nesse sentido, procura-se marcar os elementos essenciais que constituem seu conceito, os materiais e práticas como desenvolvidas no tempo. Em um segundo momento, desenvolveremos um percurso em busca de uma síntese de algumas características da arte contemporânea, em suas transformações materiais e conceituais, estabelecendo as relações com as necessidades de ordenar seus materiais. Conclusões: Observaremos, através do estudo do caso do CSAC – Centro Studi e Archivio della Comunicazione da Universidade de Parma - as possíveis modalidades de formação e desenvolvimento desses arquivos que chamamos “híbridos”, procurando entender suas relações com a arte e com sua exposição.