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Influência do contexto político nos arquivos da igreja católica – um estudo de caso no centro de documentação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
Influência do contexto político nos arquivos da igreja católica - um estudo de caso no centro de documentação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
A relação dos documentos de arquivo com os fatores externos vai muito além do interior de uma organização. Os registros arquivísticos refletem o contexto político, social, econômico, legal e cultural da sociedade na qual foram gerados, já que revelam as atribuições de seu produtor e os processos envolvidos. A Igreja Católica por deter o poder de ensino, portanto ideológico, e de direção política em diversos países durante o período que compreende a Idade Média – 746 d. C a 1453 d. C -, a Moderna – 1453 d. C a 1789 -, foi custodiadora dos documentos de arquivo. Porém, a Revolução Francesa e o surgimento dos Estados Nacionais impulsionaram a separação entre a Igreja e Estado e a busca e descentralização dos arquivos eclesiásticos, por sua função legal e de prova para refutação contra os sistemas de poder. No Brasil, essa separação ocorreu muito mais tarde. Até a proclamação da República, em 1889, a Igreja Católica era a religião oficial do país e por falta de local para o armazenamento dos documentos públicos, o Estado se utilizava das prioridades da Igreja para servirem como arquivos públicos. Entretanto, a partir de 1960, o quadro político brasileiro trouxe uma mudança na relação entre a Igreja Católica e o Estado. Nesse sentido, este artigo pretende mostrar essa mudança a partir de 1964 – início do Regime Militar -, tendo como fonte o arquivo do centro de documentação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sediada em Brasília.