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Título

Memória, identidade e conhecimento

Autor(es)

PONTE, Carlos Fidelis da

Resumo

A memória participa de operações primordiais na condução da vida. É com base em seu acervo, fictício ou não, que construímos nossos mecanismos de orientação. A elaboração conceitual depende inexoravelmente da “bagagem” de dados armazenados na memória em suas múltiplas formas de expressão. A capacidade de construir analogias, bem como a qualidade e abrangência destas, estão intimamente associadas às informações que detemos e, em última análise, às interpretações acumuladas na memória. Socialmente, a compreensão sobre o seu papel tem oscilado entre dois extremos. De um lado, a memória tende a ser associada ao conservadorismo, ou seja, à resistência à mudança e, no limite, à negação das características da modernidade, quando, segundo Marx “suprimem-se todas as relações fixas, cristalizadas, com seu cortejo de preconceitos e ideias antigas e veneradas; todas as novas relações se tornam antiquadas antes mesmo de se consolidar. Tudo o que era sólido se evapora no ar...”. De outro, a memória é vista como força política que pode ser mobilizada enquanto elemento de coesão, referência e identidade coletiva. Nesse caso sua ausência implica numa visão negativa dos grupos sociais como revelam as expressões “país sem memória”, ‘‘instituição sem tradição”, “povo de memória curta”, entre outras. Na perspectiva de superar essas visões dicotômicas, podemos, como Karl Mannheim, afirmar que a sociedade só se faz possível com a lembrança e o esquecimento. É esse caráter de leitura seletiva, tanto no que se refere à trajetória do indivíduo como das experiências coletivas, que confere à memória a qualidade que poderíamos chamar provisoriamente de “conceito-ponte” entre as abordagens da filosofia, da psicanálise e das ciências sociais. Nesta perspectiva, memória e desejo são, muitas vezes parceiros de viagem que buscam preservar a historicidade, ou em outras palavras, a identidade do indivíduo ou do grupo que, apoiadas neles, procuram estabelecer estratégias de sobrevivência e de construção do futuro. Nesse sentido percebe-se que longe de estar confinada no passado a memória participa de um movimento que visa alargar o presente. Assim, discutir memória é fundamentalmente promover um diálogo que tem como foco os problemas da identidade e do conhecimento. Nesta comunicação procuro traçar um breve panorama de algumas concepções de memória buscando retratar como importantes autores da filosofia, da psicanálise e das ciências sociais tematizaram a memória enquanto elemento constitutivo da identidade e do conhecimento. Nesta perspectiva optei por realizar rápidas incursões nas obras de Platão; Aristóteles Bergson; Freud, Halbwachs e Michel de Certeau.

Sessão

Sessão de Comunicação Livre: Sessão 7 - Pesquisa histórica e arquivo

Período

out.

Ano

1998

Local

João Pessoa

Páginas

35-36

Observações

O resumo apresenta como referência: 1) Laski, Harold J. O Manifesto Comunista de Marx e Engels – Rio de Janeiro. Zahar 1978. Pag. 96. 2) Neste percurso foram de grande ajuda os trabalhos de Eclea Bosi e Marilza Elizardo Brito citados nas referências bibliográficas em anexo.

Categoria

Eventos Científicos

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