O principal objetivo deste trabalho é pensar os acervos constituídos pelo movimento social como mais um campo de atuação profissional do arquivista, partindo da premissa de que esses acervos configuram-se a partir de uma nova realidade global, marcada pela ascensão do Estado neoliberal. A partir do recuo do Estado, stricto sensu, no que se refere às políticas de assistência social, a sociedade civil passou a exercer o controle de determinadas demandas sociais, formando um conjunto de organizações caracterizadas, entre outros aspectos, como não governamentais, filantrópicas e de fins públicos, representando o que se convencionou chamar de “terceiro setor”. Entre essas organizações podemos incluir os movimentos sociais, que, como qualquer outra instituição, produzem e recebem documentos no âmbito de suas atividades e por isso necessitam da intervenção técnica e intelectual de um profissional especializado e com formação específica. Nesse sentido entendemos que o arquivista é um profissional indispensável e fundamental na identificação e preservação da memória e identidade dos grupos e indivíduos que compõem os movimentos sociais, na medida em que deve atuar politicamente na gestão dos documentos que compõem esses acervos.