O presente artigo tem como objetivo geral analisar o conjunto de quinze cartas manuscritas em papel, extraídas do arquivo familiar, trocadas entre Abdias Bezerra da Silva e Edite Freire da Silva, entre os anos de 1945 e1946, à luz da escrita de si. Esta é entendida neste texto enquanto exercícios de escrita íntima que funcionam como matéria-prima para compreender as relações amorosas considerando o período histórico em tela, bem como um modo de indagaras formas de subjetividade a partir do exercício da escrita de si para si e de si para outros. Constitui-se, pois, um mecanismo confessional nas relações entre homens e mulheres do referido período, capaz de delinear, em seus escritos, desejos, paixões e aspirações.