Resumo
Este artigo aborda questões relativas ao patrimônio arquivístico-musical no Brasil, tendo como amostragem a pesquisa em entidades custodiadoras em aproximadamente setenta cidades brasileiras. Questiona-se quais as situações de recolhimento das fontes musicais escritas em acervos brasileiros, as especificidades destas fontes, a identidade do saber-fazer musicológico e as interfaces possíveis entre a musicologia e outras áreas responsáveis pela salvaguarda do patrimônio cultural. Recorre-se às noções de memória e identidade em Joël Candau, de affordance do patrimônio cultural, à literatura existente sobre arquivologia musical e de áreas afins. Os resultados apontam para a existência de particularidades das informações contidas nas fontes musicais que põem à prova qualquer expectativa de aplicação ortodoxa da teoria arquivística a elas.